Soza é uma vila e freguesia portuguesa do concelho de Vagos, com 22,03 km² de área e 3 069 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 139,3 hab/km².
Foi vila e sede de concelho entre 1514 e 1855. Era constituído apenas por uma freguesia e tinha, em 1801, 3 864 habitantes. Após as reformas administrativas do início do liberalismo, foi-lhe anexada a freguesia de Vila Nova da Palhaça, antes pertencente a Esgueira. Tinha, em 1849, 4 228 habitantes.
Foi novamente elevada a vila em 12 de Junho de 2009.
O antigo concelho de Soza, terminou com a reforma administrativa de 1853. Nesta data passaram para o concelho de Oliveira do Bairro as freguesias de Palhaça e Mamarrosa. Soza ficou enquadrada no concelho de Vagos. Deste velho concelho quase tudo desapareceu. Até os documentos dos arquivos da extinta administração do concelho de Vagos, foram vendidos para embrulhos e para pasta de papel, por um administrador inconsciente e interesseiro.
Súmula Histórica
O Primeiro documento que menciona o nome latido de Soza reporta-se ao ano de 1088 "inter uilla socia et uilla Iliauo".
Teve o primeiro foral de D. Manuel em 17 de Fevereiro de 1514. Parece ter havido em Soza duas igrejas, uma pertencentea ordem dos Templários e doada, depois, por D. Sancho I á de Rocamador, e outra dedicada a S. Miguel, Onde existe actual, que não remonta além do séc. XV. Com a ruína da primeira, a imagem de Nossa Senhora de Rocamador foi transferida para a de S. Miguel. Data do séc. XII e está guardada no museu paroquial. A que está exposta ao público data do séc XIV ou XV.
D. Sancho I deu Sosa, em 1192, a Santa Maria do Rocamador, doação confirmada por D. Afonso III, D. Dinis e D. Fernando. Rocamador fica em França, no departamento de Lot, levantada em alto rochedo calcário, no qual estão escalonados os edifícios que constituem o Santuário de Nossa Senhora de Rocamador, que foi centro de grande peregrinação. A devoção alastrou a Portugal, não se sabe bem em que medida, mas o certo é que D. Afonso II e D. Isabel de Aragão lhe deixaram legados nos testamentos. Teve bens no nosso país, grandes e pequenos, como uma casa em Coimbra, no Quintal dos Fuzeiros, junta à igreja velha de Santa Justa, que se encontra referida no ano de 1360. Sosa foi a doação principal.
O Padroado de Sosa compreendia, por doação posterior a Rocamador, a região de Mamarrosa e Palhaça (Concelho de Oliveira do Bairro). O território saiu da posse de Rocamador na primeira metade do séc. XV, por forma ainda mal definida. O papa Pio II confirmou Soza a João de Sousa, como comendador da ordem de S. Tiago. D. Afonso V obteve de Sisto IV, em 1478, que Sosa se tornasse comenda perpétua da mesma ordem e que os reis tivessem o padroado. Fora o próprio João de Sosa, o Romanisco, que servira de intermediário na consecução da bula e a trouxera de Roma. O rei, a 8 Agosto de 1481, estando em Évora, antes de encorporar Soza, conforme os termos do documento pontifício, deu o padroado ao mesmo, como recompensa dos serviços prestados na corte papa, em juro e herdade, com a cláusula de nenhum dos reis poder vir a impedir a sucessão. Foi já D. João II que pediu a confirmação ao pontífice, Inocêncio VIII, que a concedeu a 21 de Julho de 1492, mas, falecendo quatro dias depois, não houve tempo de lavrar o breve respectivo, pelo que veio a dá-lo Alexandre VI, em Agosto de 1492. Seguiu no ramo dos Sousas, com acidentes, tendo passado a transversos e por linha feminina, tão ampla fora a doação do rei, nada habitual em comendas.
A seguir ao falecimento do sexto senhor, Digo Freire, terceiro neto do primeiro donatário, tomou conta de Soza o segundo condene Miranda do Corvo, Diogo Lopes de Sousa. Ao seu filho, conde marquês de Arronches, Henrique de Sousa Tavares da Silva, foi disputada a sucessão, por sentença de 1674. Este pleito foi de tal importância que, a diversos títulos se lhe referiram muitos jurisconsultos. Por aliança de Família a comenda de Soza passou aos duques de Lafões. Assim se explica que os padroeiros apareçam designados por estes diversos títulos. O concelho medieval delimitava com os de Ílhavo, Vagos e Aveiro. Soza foi concelho da época constitucional até 1865.
Origens
O antigo concelho de Soza, terminou com a reforma administrativa de 1853. Nesta data passaram para o concelho de Oliveira do Bairro as freguesias de Palhaça e Mamarrosa. Soza ficou enquadrada no concelho de Vagos. Deste velho concelho quase tudo desapareceu. Até os documentos dos arquivos da extinta administração do concelho de Vagos, foram vendidos para embrulhos e para pasta de papel, por um administrador inconsciente e interesseiro.
Data de 1088, o primeiro documento que fala de Soza.
Os Romanos deixaram a sua marca por estas paragens. No lugar onde se encontra o cemitério, teriam feito uma construção de defesa. Este local, ainda hoje, é conhecido por " Crasta ", em sítio altaneiro, está o lugar de " Cubelos " (torreão da antiga fortaleza) e junto ao lugar do Boco existe o lugar de " Ferrarias " onde se faziam ou concertavam os navios. Dos antigos casais, que ficavam a poente da Igreja Matriz, nada existe, tudo desapareceu. Quando se procedeu a escavações para implantar os muros do actual cemitério, descobriram-se sarcófagos de tijolo assentes em barro com uma cobertura de pedra calcárea com caracteres tidos por indecifráveis e vasos cerâmicos junto às ossadas. Segundo alguns especialistas (vg. Dr. David Cristo), estes sarcófagos seriam sepulturas Godas.
Em 1192 D. Sancho I, doou Soza aos frades de Rocamador «. O rei, preocupado com o povoamento desta região e querendo dar uma recompensa aos flamengos que o ajudaram na conquista de Silves, quando iam a caminho da Terra Santa em serviço das Cruzadas, entregou-lhes a orla marítima de Soza , onde abundavam florestas e animais selvagens .
Os frades fundaram uma Igreja e um Hospital junto ao mar (hoje as marinhas do canal do Boco). Segundo rezam as crónicas, estes edifícios foram destruídos por um sismo ou marmoto. Os frades vieram então ocupar a Igreja actual, que se tornou centro de peregrinações. Felizmente que, desta época, se conseguiu encontrar a primitiva Imagem de Nossa Senhora de Rocamador, que se encontra guardada na sala museu da actual Igreja Matriz.
A muita riqueza da ordem de Rocamador que veio a Ter casas em Coimbra, Porto, Lisboa , Torres Vedras e Guarda , todas dependentes de Soza , subverteu o espírito orginal e, por isso , D. Afonso V , embora indirectamente, conseguiu, em Agosto de 1481, a extinção do ordem, por bula do papa Sisto IV.
O foral da Vila de Soza. A carta de foral foi doada a esta Vila por D. Manuel I em 16 de Fevereiro de 1514.
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